É comum ver scripts com dezenas de linhas de código pra fazer algo extremamente simples. Fica aqui meu apelo desesperado com algumas dicas rápidas.
1 – Listar arquivos de um diretório
Se não houver um motivo muito claro pra usar opendir, readdir e closedir (não consigo pensar em nenhum), a forma mais prática de listar o conteúdo de um diretório é com DirectoryIterator:
$iterator = new DirectoryIterator(‘/var/www’);
foreach ( $iterator as $entry ) {
echo $entry->getFilename(), “\n”;
}
Se for necessário listar os arquivos recursivamente, percorrendo todos os subdiretórios, é só usar o RecursiveDirectoryIterator junto com o RecursiveIteratorIterator:
$iterator = new RecursiveDirectoryIterator(‘/var/www’);
$recursiveIterator = new RecursiveIteratorIterator($iterator);
foreach ( $recursiveIterator as $entry ) {
echo $entry->getFilename(), “\n”;
}
Com um pouco de criatividade, é possível estender essas classes com qualquer lógica facilmente, como por exemplo, para montar uma árvore com a estrutura dos diretórios.
2 – montar e desmontar query strings
Mesmo que menos comum (e menos útil), colocar uma query string numa URL é um trabalho trivial demais pra ser feito com implode, concatenando tudo ou qualquer outro método engenhoso. Desde o lançamento do PHP 5 é possível contar com a http_build_query:
$dados = array(
‘hl’ => ‘pt-BR’,
‘q’ => ‘Forgetting Sarah Marshall’,
‘testa-escape’ => ‘acentuação’,
);
echo http_build_query($dados);
// hl=pt-BR&q=Forgetting+Sarah+Marshall&testa-escape=acentua%C3%A7%C3%A3o
E o inverso também é possível com as funções parse_url e parse_str:
$url = parse_url(‘http://www.google.com/search?q=anneke+van+giersbergen&num=50’);
parse_str($url[‘query’], $query);
echo $query[‘q’];
// anneke van giersbergen
Só fique atento que, por motivos alheios ao bom senso, parse_str por padrão extrai as variáveis no escopo onde foi chamada. É necessário passar um segundo argumento para ter um array gerado por referência, como no exemplo acima com a variável $query.
3 – ler páginas remotas
Dentre todas as implementações, a mais desnecessária costuma ser fsockopen, fwrite, feof, fgets e fclose para ler arquivos remotos por HTTP.
Uma função já resolve:
$contents = file_get_contents(‘http://php.net/file_get_contents’);
Isso é possível graças aos protocol wrappers que encapsulam a lógica de acesso aos respectivos protocolos, tal como HTTP. Esta forma de acesso, no entanto, depende da configuração allow_url_fopen estar habilitada no php.ini (que é o padrão).
Para ler os response headers da requisição, utilize fopen com stream_get_meta_data.
E se um dia você quiser impressionar a mulherada, veja a função stream_wrapper_register para criar o seu próprio protocol wrapper.
4 – submeter dados por post para uma página remota
A coisa fica mais complicada quando o desenvolvedor pensa em usar cURL pra submeter dados por POST para outro servidor. A extensão até tem seu mérito, mas usá-la apenas pra este propósito é um grande equívoco.
As funções que fazem uso dos protocol wrappers aceitam um objeto de stream context, criado pela função stream_context_create, para configurar alguns aspectos do protocolo. As opções de contexto do protocolo HTTP permitem definir, entre outras coisas, o método de acesso (GET, POST, etc) e o conteúdo a ser postado:
$content = http_build_query(array(
‘cidade’ => ‘Rio de Janeiro’,
‘tipo’ => ‘Apartamento’,
));
$context = stream_context_create(array(
‘http’ => array(
‘method’ => ‘POST’,
‘content’ => $content,
)
));
$contents = file_get_contents(‘http://exemplo/teste.php’, null, $context);
Quando não for necessário ler o retorno da requisição, basta chamar a url com fopen passando o contexto como quarto argumento.
5 – fazer download de um arquivo remoto
Vale lembrar que a maioria das funções de stream e filesystem aceitam URLs completas e fazem uso da abstração do protocolo. O que eu vejo muita gente esquecer é que isso inclui a função copy:
$url = “http://userserve-ak.last.fm/serve/500/4349551/Terri+Clark.jpg”;
copy($url, ‘/tmp/’ . urldecode(basename($url)));
O trecho acima vai baixar a imagem remota e salvar no arquivo local /tmp/Terri Clark.jpg. E caso não seja óbvio, “local” se refere a quem está executando o script PHP, que no caso será o seu servidor caso seja um script web, e não o cliente que está acessando pelo browser.
Se o objetivo for realmente repassar o conteúdo remoto para o cliente que estiver acessando pelo browser, o script é igualmente simples:
$url = ‘http://userserve-ak.last.fm/serve/500/4349551/Terri+Clark.jpg’;
$handle = fopen($url, ‘r’);
$meta_data = stream_get_meta_data($handle);
// Repassa todos os headers do servidor remoto para o nosso cliente
foreach ( $meta_data[‘wrapper_data’] as $header ) {
header($header);
}
// Repassa o conteúdo para o nosso cliente
fpassthru($handle);
Considerando que estamos apenas testando a funcionalidade. Ter um script de proxy totalmente funcional é bem mais complexo, e certamente já tem algo pronto por aí.
6 – fazer cálculo com data
Dentre todas as simplificações possíveis, a que mais costuma comover é a função strtotime. Pra quem já está acostumado, parece que não faz mais do que sua obrigação. Mas pra quem ainda faz cálculos com data multiplicando por 86400, chega a parecer mágico:
echo ‘Amanhã: ‘, strftime(‘%A’, strtotime(‘tomorrow’));
// Amanhã: domingo
echo ‘Próxima segunda: ‘, strftime(‘%d de %B de %Y’, strtotime(‘next monday’));
// Próxima segunda: 01 de junho de 2009
echo ‘Vencimento: ‘, strftime(‘%d/%m/%Y’, strtotime(‘+3 months’));
// Vencimento: 30/08/2009
Mais exemplos você mesmo pode ver no manual do PHP ou na página de Date Input Formats do projeto GNU. Para o nome dos meses e dias da semana ficarem em português, utilize setlocale(LC_TIME, ‘pt_BR’); antes de chamar a função strftime.
7 – escapar sql e html
Felizmente nunca mais vi nenhum script com aberrações anti-sql-injection, mas há algum tempo era possível encontrar pessoas removendo palavras-chave de SQL de todas as strings que íam para o banco de dados. Se o usuário digitasse palavras como select, delete ou drop, elas eram simplesmente removidas da frase. Isso quando o programador não interrompia o script e acusava o usuário de estar tentando explorar alguma falha de segurança. Eu juro, isso existia.
Ao trabalhar com PDO, a melhor opção (pra não dizer a única!) é utilizar prepare e execute pra separar a query em si dos seus parâmetros:
$conexao = new PDO(‘mysql:dbname=banco;host=localhost’, ‘login’, ‘senha’);
$uf = ‘RJ’;
$idade = 18;
$sth = $conexao->prepare(‘SELECT nome FROM pessoa WHERE uf = ? AND idade > ?’);
$sth->execute(array($uf, $idade));
while ( $row = $sth->fetch() ) {
echo $row[‘nome’];
}
Se estiver utilizando drivers nativos, veja as funções mysql_real_escape_string ou mysqli_prepare e mysqli_stmt_bind_param, dependendo da extensão. Certamente outros bancos de dados têm a mesma funcionalidade.
A única preocupação é garantir que os parâmetros não se misturem com a query; não precisa inventar moda e remover o que o usuário digitou.
Outra confusão comum é ao escapar HTML. O objetivo é evitar que o texto digitado por um usuário seja interpretado pelo browser de todos os usuários do site.
Conceitualmente, esta é uma responsabilidade da camada de exibição. O template é que deve utilizar htmlspecialchars antes de gerar a saída na tela, e não antes de salvar no banco. Isso garante que o conteúdo que está no banco é fiel ao que foi digitado pelo usuário e pode ser reaproveitado em outras mídias além do HTML.
O que pode e deve ser feito é filtrar conteúdo realmente indevido, como caracteres inválidos ou espaços extras, dependendo da aplicação.
FONTE: http://garotosopa.wordpress.com/2009/05/30/7-coisas-simples-em-php-que-alguns-ainda-complicam/